A matemática é uma das poucas áreas do conhecimento que pode ser objetivamente
descrita como “verdade”, porque seus teoremas são derivados de pura lógica. Ao
mesmo tempo, esses teoremas são muitas vezes extremamente estranhos e contra
intuitivos. Veja:
5. Padrões aleatórios
Dados aleatórios não são realmente aleatórios. Em uma determinada lista de
números que representam qualquer coisa – de preços de ações a populações de
cidades a alturas de edifícios a comprimentos de rios -, cerca de 30% dos
números vão começar com o dígito 1. Menos deles começarão com 2, ainda menos com
3 e assim por diante, até que apenas um número em vinte começará com 9. Quanto
maior for o conjunto de dados e as ordens de magnitude pelas quais se estende,
mais fortemente este padrão emergirá.
4. Espiral de Ulam
Como os números primos são indivisíveis (exceto por 1 e por si
mesmos), e como todos os outros números podem ser escritos em múltiplos deles
mesmos, os primos são muitas vezes considerados os “átomos” do mundo da
matemática. Apesar de sua importância, a distribuição dos números primos entre
os números inteiros ainda é um mistério. Não há padrão que dite quais números
serão primos ou quão distantes primos sucessivos serão.
A aleatoriedade aparente dos primos cria um padrão realmente
estranho conhecido como “Espiral de Ulam”. Em 1963, o matemático Stanislaw Ulam
notou um modelo bizarro: quando números inteiros são escritos em uma espiral,
números primos sempre parecem cair ao longo de linhas diagonais. Isto em si não
é tão surpreendente, porque todos os números primos, exceto o número 2, são
impares, e linhas diagonais em espirais de inteiros são alternadamente pares e
ímpares. Muito mais surpreendente foi a tendência dos números primos de cair em
certas diagonais mais do que em outras – e isso acontece independentemente se
você começar com o número 1 no meio, ou com qualquer outro número.
Mesmo em uma escala enorme, com centenas de números, ainda dá para ver
claramente as linhas diagonais de números primos, com algumas linhas mais fortes
do que outras. Há conjecturas matemáticas a respeito de porque este padrão
emerge, mas até hoje nada foi comprovado.
3. Inversão de esfera
Em um importante campo da matemática chamado de topologia, dois objetos são
considerados equivalentes, ou “homeomórficos”, se um pode ser transformado no
outro simplesmente torcendo e esticando sua superfície. Objetos são diferentes
ou não homeomórficos se é preciso cortar ou dobrar sua superfície para remodelar
um na forma do outro.
Considere como exemplo um toro – um objeto em forma de donut. Na
posição vertical, com um lado alargado, ele se torna um objeto cilíndrico com
uma alça. Por outro lado, a fita de Möbius – loop com uma única torção – não é
homeomórfico de loops sem torção (como o cilindro), porque você não pode tirar a
torção de uma fita de Möbius sem cortá-la.
Por muitos anos, topologistas se perguntaram se a versão interna
de uma esfera era homeomórfica a ela mesma. Em outras palavras, você pode puxar
uma esfera de dentro para fora sem arrebentá-la e colá-la de novo? A princípio,
parece impossível. Mas, na verdade, a “eversão de esfera”, como isso é chamado,
é crível. Assista ao vídeo acima para ver como é feita. Extraordinariamente, o
topologista Bernard Morin, principal desenvolvedor do complexo método mostrado
no vídeo, era cego.
2. Grupos de papel de parede
Embora padrões geométricos possam ser decorados com uma variedade infinita de
floreios, matematicamente falando, existe um número finito de padrões distintos.
Todos as pinturas de Escher, papéis de parede e designs geométricos são
bidimensionais, arranjos de repetição de formas que podem ser identificadas como
pertencentes a um dos chamados “grupos de papel de parede”. E quantos grupos
existem? Exatamente 17.
1. Fórmula de Euler
A fórmula de Euler é muitas vezes chamada de “a equação mais bonita do mundo”.
Por quê? O que ela tem de tão especial?
Em primeiro lugar, a letra “e” representa um número irracional (com dígitos
intermináveis) que começa em 2,71828… Ela governa a taxa de crescimento
exponencial, desde populações de insetos ao acúmulo de interesse a decaimento
radioativo. Em matemática, o número apresenta algumas propriedades muito
surpreendentes, como ser igual à soma do inverso de todos os fatoriais de 0 até
ao infinito. Na verdade, o “e” constante permeia toda a matemática, aparecendo
aparentemente do nada em um vasto número de equações importantes.
Em seguida, “i” representa o chamado “número imaginário”: a raiz
quadrada do 1 negativo. Ele é chamado de imaginário porque não existe um número
que pode ser multiplicado por si para produzir um número negativo (números
negativos não têm raízes quadradas reais). Mas, na matemática, há muitas
situações nas quais somos forçados a tirar a raiz quadrada de 1 negativo. Assim,
a letra “i” é utilizada como uma espécie de “substituta”.
Pi, a razão da circunferência de um círculo e seu diâmetro, é um
dos números mais amados e interessantes da matemática. Como “e”, ele parece
surgir do nada em um grande número de fórmulas da matemática e da física.
Juntando tudo, o “e” constante elevado à potência do imaginário
“i” multiplicado por Pi é igual a -1. E, como visto na equação de Euler, somado
a 1 dá 0. Parece quase inacreditável que todos esses números estranhos – e até
mesmo um que não é real – combinaria de forma tão simples, mas é um fato
comprovado. [LiveScience]
Conheça meu site e conheça meus materiais:
http://www.professortiagomachado.com/
Visite meu canal no youtube: youtube.com/matematicapassoapasso
Visite meu canal no youtube: youtube.com/matematicapassoapasso
0 comentários :
Postar um comentário